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A luz na caverna

Rita tem 28 anos. Nascida de um parto prematuro, quando completava 6 meses e meio, precisou de muitos cuidados especiais. Naquela época o prognóstico era pés­simo e restava aos pais apenas a resignação. Rita venceu a sua primeira guerra: recuperou-se e foi lançada ao mundo sem saber ainda das muitas guerras que ainda estavam por vir. Pelo parecer dos médicos, Rita foi criada como uma deficiente. Considerada com restrições intelec­tuais, era mimada, protegida e desestimulada aos riscos próprios do desenvolvimento. Sentia-se mal consigo mes­ma, mas esboçava-se nela uma pequena dúvida: aprende­ra que era frágil e impotente, mas sentia que queria caminhar. Estudou e optou por cursar uma faculdade, embora os pais lhe preparassem para essa derrota. Con­seguiu! Escolheu fazer psicologia para talvez entender o que acontecia com ela. Seu curso não foi dos mais brilhan­tes, mas isso parecia lhe bastar, uma vez que sua "defi­ciência" não lhe permitia ter sucesso em coisa alguma. Foi aí que nos conhecemos. Lecionava em sua faculdade, e ela pediu-me ajuda. Marcamos um encontro e comecei a me interessar por sua história. Rita era inteligente e não se dava conta disso. Questionava tudo para logo a seguir pôr em dúvida seus próprios questionamentos. Precisava es­tar coerente com a sua história, com o seu projeto de vida. Nas relações interpessoais era deveras expressiva. Fazia amigos com muita facilidade. Era engraçada e bastante

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